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Oleos Industriais Lubrificantes: como fazer o descarte correto?
24/09/19 | Curiosidades

Oleos Industriais Lubrificantes: como fazer o descarte correto?

Óleos industriais podem ser muito problemáticos para o meio ambiente. Sua empresa sabe como fazer o descarte correto desses materiais? Confira!

Os óleos lubrificantes são compostos primordiais para o funcionamento correto das diversas engrenagens que compõem um processo produtivo industrial. Em suma, essas substâncias formam uma capa de proteção contra o atrito nas máquinas, aumentando a vida útil das peças e garantindo a eficiência da produção.

Apesar das suas vantagens para a indústria, os óleos lubrificantes devem ser utilizados com cuidado, visto que o seu descarte no meio ambiente gera problemas para a natureza. Para diminuir o impacto, há uma série de regulações da legislação, confira!

Composição do óleo lubrificante

O óleo lubrificante básico é o principal componente desses produtos, representando cerca de 80 a 90% da sua composição. Por sua vez, são divididos em dois tipos: minerais, formados diretamente pelo refino do petróleo; e sintéticos, gerados por reações químicas de outros processos também derivados do petróleo.

O restante da fórmula é composta por aditivos, substâncias que melhoram a performance dos óleos, como antioxidantes, detergentes, anticorrosivos, antiespumantes, rebaixadores de ponto de fluidez e melhoradores de índice de viscosidade.

O uso e a contaminação do óleo lubrificante

Como um processo natural do uso, com o tempo, o óleo lubrificante acaba perdendo suas funções, exigindo a troca para um produto novo e em perfeito estado. Nessa ação, sobra a substância usada vira dejeto. Chamado de óleo lubrificante usado ou contaminado - ou informalmente óleo queimado -, é um elemento que não pode ser descartado diretamente na natureza.

A alta concentração de petróleo e os diversos tipos de aditivos presentes no óleo lubrificante usado o tornam uma substância degradante para a saúde humana. Materiais, como o chumbo, o cádmio e o arsênio podem gerar problemas de intoxicação aguda e até câncer. Isso porque esses elementos se acumulam no corpo ao longo do tempo, principalmente em locais como ossos e rins. 

Na natureza, o óleo usado é destrutivo para a fauna e para a flora do local onde é descartado. A contaminação dos materiais pode inutilizar completamente o solo da região, além de ser prejudicial para a qualidade da água próximo de mananciais

Como fazer o descarte correto do óleo usado?

Os processos de coleta, armazenamento e descarte corretos do óleo queimado foram definidos pelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), MMA (Ministério do Meio Ambiente), ANP (Agência Nacional do Petróleo) e MME (Ministério de Minas e Energia). Ficou decidido que todo o estabelecimento credenciado a trabalhar com esse tipo de material deve enviar as substâncias para a um rerrefinador, local específico para processar novamente o óleo e reutilizá-lo no mercado.

Para isso, há uma sequência de passos:

O papel dos geradores

A legislação considera que qualquer produtor do óleo queimado é considerado um “gerador”. Nisso não se coloca apenas as indústrias e fábricas, mas também os donos de transportadoras, por exemplo, visto que esses mesmos produtos são utilizados em caminhões. Fica a cargo dessas pessoas coletar e armazenar corretamente o óleo até destiná-lo a um local responsável. As empresas que geram grandes quantidades da substância precisam ter um processo efetivo e ágil para o descarte.

O papel dos coletores

Os coletores são responsáveis por pegar o óleo usado e destiná-lo para o rerrefino em uma indústria específica. São pessoas jurídicas que contam com uma frota de veículos autorizados para realizar o transporte de maneira segura e rápida. O certificado de coleta é o documento emitido no momento em que a empresa coletora pega os resíduos dos geradores, sendo então algo indispensável para as indústrias, por exemplo. 

O papel do CADRI

O CADRI, ou Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental é um documento utilizado para aprovar a logística de encaminhamento de resíduos por uma determinada fonte geradora, certificando da legalidade de todo o caminho feito pelos dejetos até a sua destinação final regulamentada. É emitido pela CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). 

Para obter o CADRI, é necessário reunir uma série de documentos, como solicitações, procurações e cartas de anuência dos produtos. Porém, a conquista desse documento é fundamental para a comprovação da idoneidade dos processos de descarte de uma empresa, algo essencial para a regularização dos licenciamentos ambientais.

Multas sobre o descarte ilegal do óleo usado

Por conta de todas as questões relativas aos efeitos danosos do óleo usado, há a aplicação de notificações e multas para as empresas - ou até mesmo pessoas físicas - que não realizarem o descarte correto dos resíduos. Os estados e as cidades possuem leis próprias sobre as punições para as empresas descumpridoras da legislação. Em muitos locais, as multas podem chegar até a casa de um milhão de reais dependendo da quantidade e do tempo decorridos da má gestão dos óleos lubrificantes usados.

Segundo dados de 2011 do Ministério do Meio Ambiente, à época, esse sistema de lógica reversa já aproveitava cerca de 36% do óleo queimado. A projeção é que na atualidade esse número seja muito maior, o que contribui decisivamente para a redução do lixo tóxico e para a preservação da biodiversidade

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